Texto base para o mapa mental: Guerra do Paraguai.
A
GUERRA DO PARAGUAI
·
Data e países: 1860 e
envolveram as forças armadas do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai
na maior e mais longa guerra da História das Américas. Bacia do rio da Prata – formada pela
Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai, e banhada por rios consideráveis como
o Paraná, o Paraguai e o Uruguai – foi o palco de disputas que levaram ao
combate.
·
Fator
importante:
Implantação da navegação a vapor, a região se tornava cada vez mais importante,
intensificando-se o movimento comercial nos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e no
estuário do Prata.”
O Paraguai
Gaspar
Rodríguez de Francia governou de 1814 a 1840 tentou
estabelecer a livre navegação no Prata, mas os comerciantes dos portos de
Buenos Aires e Montevidéu insistiam em cobrar pesadas taxas. Argentina se
recusava a reconhecer a independência do Paraguai desejavam reunificar toda a
região platina.
O Paraguai, buscou fortalecer o Estado:
A República Guarani, buscou uma política de desenvolvimento auto sustentado –
ao contrário dos demais países da região – na qual o Estado controlava a
economia de tal modo que a estrutura sócio econômica se voltava para os
interesses da população e a independência do país. Durante sua gestão, o Estado
atacou os privilégios dos ricos, as oligarquias de seu país. Ele confiscou as
“(...) terras cujo direito de posse as classes proprietárias não puderam
comprovar”. (DANTAS, 1989, p. 157). A Igreja Católica foi nacionalizada como
confisco de seus bens e propriedades. Realizou-se a primeira grande reforma
agrária da América do Sul: metade das terras foi arrendada a camponeses e
indígenas, os quais receberam implementos agrícolas, sementes e cabeças de
gado. Havia muitas fazendas sob o controle do Estado. Em1840, o Paraguai
praticamente não possuía analfabetos.
O sucessor Carlos Antônio López, que permaneceu no poder até 1862,
contratou técnicos e enviou centenas de estudantes para o exterior como
objetivo de modernizar a economia. a indústria paraguaia tornou-se a mais
avançada da América do Sul. Foram instaladas ferrovias, estaleiros, indústrias
bélicas, metalúrgicas, têxteis, de calçados, de louças, de materiais de
construção, de instrumentos agrícolas, de tintas e de papel, além do telégrafo
e da grande Fundição de Ibicuí.
O Paraguai havia conseguido eliminar a
oligarquia, a escravidão, a violência, a miséria e o analfabetismo. Era o único
país sul-americano que tinha uma indústria de base. “O único que não tinha
dívida externa ou interna. O único praticamente sem analfabetos”
Enquanto os países aliados, contra os
quais ele lutaria na guerra que estava por vir, “(...) tinham suas economias
voltadas para o mercado externo, a economia paraguaia voltava-se muito mais
para o atendimento das necessidades internas”.
Na gestão de Francisco Solano López, continuou com o processo de
industrialização e independência econômica do país e o fortalecimento militar.
López acreditava que a independência do Uruguai tornaria a bacia do prata uma
região de livre navegação. A independência do Uruguai era vital para a manutenção de um equilíbrio de
poderes na região e a garantia da independência do Paraguai.
A Inglaterra
Durante o século XIX, a Inglaterra foi a potência
hegemônica no mundo, ampliando constantemente seu império colonial e impondo
sua vontade pela força, especialmente nos países ao sul do Equador. O Paraguai
era o único da América do Sul que os ingleses não conseguiam dominar.
Após a Guerra toda a bacia do Prata tornou-se
território de domínio do comercio que inglês onde vivia exportando seus
produtos industrializados e importando matérias-primas. 70% dos produtos
industrializados consumidos nas américas era da Inglaterra.
O Brasil atuava na região platina, sobretudo quando
havia revoltas ou guerras, também como representante dos interesses da
Inglaterra. Os capitalistas ingleses
estavam inquietos como perigoso exemplo da experiência paraguaia de
desenvolvimento, que poderia influenciar as políticas de outros países
sul-americanos.
A formação da
Tríplice Aliança:
ü
O
Uruguai se dividiu em dois grupos políticos; o do atual Presidente Aguirre
(apoiado pelo Paraguai) e o do opositor Venâncio Flores (apoiado pelo Brasil
e Argentina);
ü
Após
ameaças do governo Brasileiro de invadir o Uruguai, apoiando um golpe de Venâncio
Flores, 1864, O Paraguai assinou um tratado de ajuda mútua com o Uruguai do
Presidente Aguirre.
ü
Em
outubro de 1864, o Brasil invadiu o Uruguai e depôs Aguirre e promovendo o
golpe de Venâncio Flores;
ü
A Resposta do
Paraguai:
Apreensão do Navio Marquês de Olinda (Brasil) e logo depois invadiu o Mato
Grosso;
ü
Em
Dezembro, Brasil, Argentina e Uruguai, com apoio financeiro e militar da
Inglaterra, formam a Tríplice Aliança
e é declarada Guerra ao Paraguai.
A guerra do Paraguai durou seis anos,
período durante o qual travaram-se várias batalhas. Após sucessivas derrotas, o
Exército da Tríplice Aliança foi reorganizado pelo Marechal Duque de Caxias as
tropas brasileiras venceram sucessivas batalhas, decisivas para a derrota do
Paraguai.
No início de 1869, o exército brasileiro
tomou Assunção, capital do Paraguai. A guerra chegou ao fim em março 1870, com
a Campanha das Cordilheiras. Foi travada a batalha de Cerro Corá, ocasião em
que o ditador Solano López foi perseguido e morto.
Consequências:
ü
80%
da população Paraguai foi morta (maioria de homens);
ü
A
indústria e o comercio paraguaio foi arrasado;
ü
Endividamento
do Paraguai ao Brasil (dívida perdoada por Getúlio Vargas);
ü
Para
o Brasil, aumentou a dívida externa, ampliou os conflitos pela libertação dos
Escravos, e contra a monarquia; e profissionalizou o exército brasileiro.
Curiosidades:
ü
Em 7 de janeiro de 1865, são criados os corpos
de Voluntários da Pátria, que pretendiam incentivar o
alistamento de civis por ideais patrióticos. No começo até que dá certo, mas
logo a empolgação passa, e o trabalho de alistamento se torna cada dia mais
complicado.
ü
Os “voluntários” começam então a ser recrutados
na marra. Cada qual dava seu jeito para escapar da guerra. Uns doavam dinheiro
e empregados, outros tramavam para que inimigos políticos fossem no seu lugar.
Havia até quem oferecesse familiares: sobrinhos, irmãos, filhos…
ü
A prática mais comum, no entanto, era a
aquisição de escravos para substituir o convocado. Até o
governo passou a comprar negros para as batalhas. “Forças e mais forças a
Caxias. Apresse a medida de compra de escravos e todos os que possam aumentar o
nosso Exército”, escreveu dom Pedro II ao ministro da Guerra.
ü
Estima-se que mais de 20 mil escravos tenham
lutado na guerra. O número representa cerca de 16% dos soldados brasileiros.
Como é de se imaginar, eram tratados como inferiores pelos companheiros. Muitos
trabalhavam como criados dos soldados brancos.
ü
Cerca
de 160 mil brasileiros combateram na guerra, dos quais mais de 50 mil foram
mortos. A maior causa de morte na guerra era a cólera e não os combates.
ü
Depois
da guerra, boa parte das melhores terras do Paraguai foi anexada pelos
vencedores. O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando
para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões
e a área conhecida como Chaco Central.
ü
O Brasil, que sustentou praticamente sozinho a
guerra, pagou um preço alto pela vitória. Durante os cinco anos de lutas, as
despesas do Império chegaram ao dobro de sua receita, provocando uma crise
financeira. A escravidão passou a ser questionada, pois os
escravos que lutaram pelo Brasil permaneceram escravos.
ü
O Exército Brasileiro passou a
ser uma força nova e expressiva dentro da vida nacional. Transformara-se numa
instituição forte que, com a guerra, acabou ganhando tradição e força interna e
representaria um papel significativo no desenvolvimento posterior da história
do país.
DIGITE SEU COMENTARIO...
ResponderExcluir