8º ANO - RESUMO REVOLUÇÃO FRANCESA



REVOLUÇÃO FRANCESA

O que é uma Revolução: Alteração drástica, violenta nas instituições políticas e sociais de uma nação, muitas vezes alcançadas por meio de uma revolta, movimentos populares ou militares. É uma mudança radical dentro de uma sociedade, alcançando todos os níveis políticos, sociais, econômicos e culturais, onde uma nova ordem social é estabelecida.

Periodização: França, entre os anos de 1789 a 1799

Contexto (O que estava acontecendo na França naquele período):

A França, em 1789, era um país falido. Os exageros da corte, os gastos excessivos com guerras, a indisposição com a Inglaterra e os privilégios dispensados ao clero e à nobreza, fizeram aumentar a insatisfação da população.
A sociedade civil era dividida entre: 1º Estado: Clero – 2º Estado: Nobreza e 3º Estado: formado pela burguesia e trabalhadores urbanos e do campo, essa última, formada por parte da população que pagava impostos. Esse impostos eram altos, e serviam para custear a boa vida da corte, do clero e da nobreza. Esse foi um dos motivos que levaram a população a se revoltar.
A incapacidade do rei no governo também motivou a revolução. Além de levar o país à falência com a péssima administração econômica, ele ainda controlava os tribunais e fazia condenações injustas, de acordo com a sua vontade. Os presos eram levados à fortaleza da Bastilha, que depois foi invadida pela população.

A Revolução Francesa
Com tantas injustiças, a população se revoltou contra o rei e seu poder absoluto. As principais reivindicações eram o fim dos privilégios que o clero e a nobreza desfrutavam e a instauração da igualdade civil.
O movimento teve o apoio dos burgueses, que viam a má administração como um empecilho para o desenvolvimento do capitalismo. Vários intelectuais também denunciavam a situação, e buscavam conscientizar as pessoas.

Causas da Revolução Francesa

  • A crise financeira sofrida pelo país antes da revolução (uma das principais causas); 
  • Os envolvimentos da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos, além da participação e derrota na Guerra dos Sete Anos;
  • O regime político do país, que era governado pelo absolutismo do rei;
  • A ascensão da classe burguesa, que desejava mais liberdade em relação ao comércio e o fim dos altos impostos;
  • O movimento cultural e intelectual iluminista, que buscava a reforma social e o fim dos pensamentos medievais;

Fases da Revolução Francesa

I) Convocação dos Estados Gerais:
O principal motivo era a proposta do Rei Luiz XVI, de criar novos impostos. Acreditando que sairia vencedor no voto da proposta (isso porque o sistema de votação era por Estado e não por deputados, o Rei tinha o apoio do 1º e 2º Estado, o que daria uma vitória certa contra o 3º Estado).  A reação dos representantes do 3o estado foi de exigir que a votação fosse por representante, mas foi negada pelo rei. Insatisfeitos, os deputados do 3º Estado convocaram a Assembleia Constituinte e, o Rei, irritado manda fechar o Congresso. A reação foi a tomada do Palácio pelos deputados do 3º Estado e o povo tomou as ruas de Paris num ato violento e surpreendente para o Rei francês. O Povo invadiu e tomou a prisão federal Bastilha, símbolo da Monarquia Absolutista Francesa e deixou o rei sem reação, aceitando, a realização da Assembleia Constituinte.

II) A Monarquia Parlamentar (Governo do 3º Estado):
A Nova Constituinte: Determinou o fim dos privilégios feudais e de nascimento, a igualdade de todos perante a lei e a garantia de propriedade. Foi feito um juramento, que deu origem ao lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Em 1791, com a aprovação da Constituinte, foi estabelecida a Monarquia Parlamentar, limitando os poderes do Rei, porém, na prática o poder continuava nas mãos de uma minoria privilegiada (a burguesia), principalmente os impostos ainda continuavam. A população exigia uma revolução mais radical. Assim, o 3º estado se dividiu em dois grupos: Os moderados, que estavam no poder (Girondinos), formados pela alta burguesia e os Radicais, que exigiam mudanças mais severas na política (Jacobinos) formados pela baixa burguesia e trabalhadores de Paris.
III) A República e o Governo dos Jacobinos:

Em 1792, os Girondinos proclamaram a república, pondo um fim na Monarquia, o Rei francês, tentou fugir para organizar uma contra ofensiva com apoio da Prússia e Inglaterra mas, foi descoberto e preso. O clima de revolta tomou conta de toda a França onde os mais radicais pediam a pena de morte ao Rei, por traição. Luís XVI foi condenado e morreu em janeiro de 1793 na guilhotina, e em setembro do mesmo ano, Maria Antonieta foi decapitada. Em um cenário de guerra civil, os Jacobinos conseguiram derrubar os Girondinos do poder, e instituíram uma nova constituição, em 1973. Entre os pontos mais importantes da constituição, estavam alguns princípios que agradavam as classes populares:

  • Extinção da escravidão negra nas colônias francesas;
  • Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os contrários a revolução, que eram condenados à guilhotina;
  • A reforma Agrária, que confiscava as terras do clero e da nobreza, dividindo-os em lotes para serem vendidos aos camponeses, que podiam pagar em 10 anos;
  • A organização do Comitê de Salvação Pública, formado pelos responsáveis do poder executivo, e o Comitê de Segurança Pública, responsável por investigar os suspeitos de traição;
  • Venda de bens públicos e de emigrados para reestabelecer a economia pública;
  • A Lei do Preço Máximo, estabelecendo um teto para salários e preços de produtos;
  • O Sufrágio Universal, que determinava que todos os cidadãos homens maiores podiam votar.

Período do Terror: Apesar de agradar a maioria da população, o governo dos Jacobinos se tornou ditatorial. Eles decidiram que, para se estabelecer uma democracia e garantir as conquistas instituídas, era necessário impor o poder à população, e condenar os suspeitos de traição à guilhotina. Esse período ficou conhecido como a Era do Terror, e teve como líder supremo o jacobino Maximilien Robespierre. Foi o momento da Revolução Francesa que mais se utilizou a guilhotina, até mesmo líderes jacobinos próximos a Robespierra foram guilhotinados.

IV – O Diretório (Governo Girondino)

O caráter repressor do novo governo motivou os Girondinos a articularem um golpe de estado, onde no Comitê de Salvação Pública condena Robespierre e outros líderes jacobinos à morte, dando fim à Era do Terror em 27 de julho de 1794, era o fim da participação popular na Revolução Francesa. O novo governo foi denominado Diretório, e foi responsável por elaborar a nova constituição. Com o apoio do exército, o governo Diretório manteria a burguesia protegida da república jacobina e do antigo regime.
Apesar disso, as outras camadas sociais não respeitavam o governo, os burgueses mais influentes percebiam os riscos de uma queda do Diretório diante dos inimigos internos e externos. Eles acreditavam que era necessária uma intervenção militar para manter a ordem e os lucros.  
O general francês mais popular da época, Napoleão Bonaparte, que havia retornado do Egito, teve o apoio de alguns diretores e de toda a burguesia para extinguir o Diretório e instaurar o Consulado. Esse golpe, que ocorreu em 9 de novembro de 1799, ficou conhecido como “18 de Brumário“, e deu início à era napoleônica na França, um período de expansão que formou o Império Napoleônico da França.

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